Para muitos é apenas um status, para outros uma ocasião de poder, mas para a grande maioria, uma função representativa de responsabilidade, onde os vizinhos escolhem um gestor, para em certo período, assumir a gerencia de um patrimônio coletivo.
Assim, após a assembléia que escolhe um novo síndico, este se depara com uma série de ações a serem adotadas, que deverão ser executadas, paralelamente, com outras ainda não previstas e que por vezes podem ser tão ou mais importantes que as já previstas.
Uma boa dica para o administrador do condomínio (ou seja, o síndico) se manter centrado em suas ações é realizar inicialmente uma vistoria pessoal em todas as áreas do condomínio, se possível com um registro fotográfico dos problemas que encontrar, tomando-se assim um conhecimento geral da área que administrará.
Posteriormente a esta atitude, deve aprovar em assembléia a contratação de uma Inspeção Predial, que dará ao condomínio e principalmente ao síndico, uma visão técnica dos problemas, grau de risco, soluções e prioridades. É óbvio que havendo necessidade de uma intervenção imediata, as medidas emergenciais devem ser adotadas.
Muitos se perguntam: no que me valerá saber dos problemas que existem no condomínio, se muitos não terão possibilidade de serem solucionados em uma gestão de dois anos? A resposta não é simples, pois:
1. As gestões deveriam ter continuidade, e não ruptura;
2. Conhecer previamente o problema possibilita fazer uma provisão de receita;
3. Listar os problemas permite projetar a administração em tempos futuros.
Assim, mesmo que uma gestão não execute todas as soluções dos problemas, há meios de uma assembléia determinar execuções futuras em esquemas projetados, evitando que novos gestores desvirtuem as necessidades condominiais.
Outro aspecto importante para o síndico é isenção de responsabilidades. Se o administrador apresenta o problema, informa a solução, diz o grau de risco e mesmo assim os demais condôminos se negam a preservar o patrimônio e o proíbem de agir, o síndico não poderá ser responsabilizado por omissão.
Não há, desta forma, motivos para se ocultar informações, pois ainda que sejam drásticas, devem ser transmitidas à assembléia de forma certa, por vezes fria e com o leque de opções e custos, sendo aconselhável a utilização de recursos de mídia ( ex.: exibição do resultado da inspeção e fotos dos problemas em telões ou painéis).
Conclusão desta primeira “Reflexão”: Um Síndico não precisa ser preparado para ter uma boa gestão, mas sim estar interessado em preservar o patrimônio de quem ele representa, conhecendo os problemas e soluções adequadas e úteis ao condomínio que administra.
Cristiano de Souza Oliveira
Advogado e Consultor Jurídico na área condominial, sócio consultor da DS&S Consultoria e Treinamento Condominial.
