Ele a esposa deixaram o imóvel após a decisão liminar que determinou o afastamento das atividades até 3 de junho, quando está prevista nova assembleia.
O síndico de um flat de luxo em Guarujá, no litoral de São Paulo, acusado por funcionários e moradores de cometer injúria racial e assédio moral, foi retirado do cargo após liminar da Justiça. Conforme apurado pelo g1 neste domingo (28), a juíza Gladis Naira Cuvero decidiu pelo afastamento temporário do síndico até 3 de junho, quando haverá uma assembleia para discutir se ele será, de fato, destituído do cargo.
De acordo com a advogada que representa os moradores do condomínio, Semíramis Regina Moreira de Carvalho, o síndico e a esposa deixaram o apartamento após a liminar. Ela explicou que, até a data da assembleia, a administração do flat assumirá as atividades antes realizadas pelo homem que foi afastado do cargo. Isso ocorrerá porque os demais membros do conselho renunciaram ao cargo.
Denúncias

Trabalhadores de condomínio denunciam síndico e mulher por injúria racial e assédio moral
A auxiliar de lavanderia Nathalia Pereira trabalha há quatro anos no condomínio, mas ressaltou que é alvo de injúria racial desde que o síndico e a esposa ‘assumiram’ o local há dois anos. “Sofri com falas racistas da mulher do síndico. Ela ficava no meu setor e, em momentos aleatórios, relatava o tempo da escravidão para uma pessoa preta. Isso me trazia muita dor”.
“Houve muita humilhação, e sempre por causa da minha cor”, desabafou Nathalia.
A mulher afirmou ter passado por crises de ansiedade após um episódio ‘marcante’ com a esposa do síndico, que a levou a denunciar o caso em uma delegacia na cidade. “Eu a ajudava na arrumação da roupa de outra funcionária e ela disse que [o trabalho] estava malfeito, que era um serviço de preto”.
Entenda o caso
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Mais de 30 funcionários de flat de luxo acusaram síndico e esposa de crimes no condomínio em Guarujá, SP — Foto: Reprodução/TV Tribuna
Aproximadamente 30 funcionários do flat de luxo em Guarujá denunciaram o síndico e a esposa ao Sindicato dos Empregados em Edifícios e Condomínios (Seeglag). Segundo eles, os abusos acontecem há dois anos, desde que o homem foi nomeado síndico do prédio.
O que diz o síndico
A reportagem tentou contato com o síndico afastado, mas não teve sucesso. No último contato com o homem, ele emitiu uma nota e informou que “tomou conhecimento dos fatos apenas na sexta-feira (19)”, com uma movimentação de funcionários na frente do condomínio.
O morador acrescentou que, até a última segunda-feira (22), não havia sido notificado sobre a denúncia e que iria às “esferas competentes apresentar a defesa cabível”. Ele refutou todas as acusações.

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