Da Zona Oeste do Rio à Baixada Fluminense, passando pela Zona Norte, não é difícil perceber que o mercado imobiliário está fervilhando. O ritmo das construções vem aumentando desde a criação do programa “Minha casa, minha vida”, em março de 2009, o que gerou uma nova realidade de mercado. Áreas que antes eram“ invisíveis” para a construção viraram campeãs de lançamento, com a valorização dos terrenos e, consequentemente, dos imóveis, de até 40%, no último ano.
É o caso de bairros da Zona Oeste como Santa Cruz, Realengo, Bangu e Campo Grande. De acordo com o diretor da imobiliária Lopes, Romário Fonseca, o diferencial da região é a boa oferta de lugares para construir:
— O grande número de unidades do “Minha casa” faz com que as construtoras busquem espaços. E aí começa a valorização.
Em Campo Grande, 2.872 unidades foram lançadas no ano passado, contra 661 em 2008. Para Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi), os preços nesses locais já subiram 40%, de 2009 para cá.
— O momento de comprar a casa própria é agora! A valorização deve continuar.
No Méier, os preços disparam
O bom momento do mercado também é sentido na Zona Norte. Boa localização, pouco investimento na última década e alta demanda por moradias populares fizeram com que bairros como São Cristóvão, Madureira, Irajá e Cachambi atingissem uma valorização de 30%.
— Por ser muito povoada, a Zona Norte atraiu investimentos para moradias populares. A valorização já é real. Com as unidades prontas, a expectativa é de um novo reajuste de preços, de mais 30% — afirma Rafael Furtado, gerente regional da Rossi.
Na região, a alta nos preços foi observada principalmente no Méier. Segundo dados do Secovi Rio, na comparação entre junho de 2009 e de 2010, o preço médio de unidades de dois quartos aumentou 72%.
— O valor cobrado pelos imóveis segue as tendências de mercado. Terrenos bem localizados têm maior procura — explica o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio (Sinduscon), Roberto Kauffmann, que não acredita numa alta contínua dos preços. — Não pode subir muito, ou inviabiliza o programa.
Baixada no rumo do mercado
Três milhões de habitantes e 13 municípios — dentre eles Duque de Caixas, cidade com o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas) do estado. Desse tamanho todo, a Baixada Fluminense não poderia ficar de fora da onda de investimentos imobiliários que invade o Rio.
Belford Roxo, Caxias e Nova Iguaçu tiveram os mesmos 40% de valorização registrados nos bairros da Zona Oeste do Rio, no último ano. A oferta de terrenos ajudou, mas o forte do crescimento são os potenciais moradores.
— A Baixada é muito procurada pela quantidade de trabalhadores da área. Quem morava na periferia desse municípios já pode se mudar para locais próximos aos centros — diz Rafael Furtado, da Rossi.
De olho em todo este crescimento, construtoras como Rossi, Living, CHL e João Fortes estão investindo pesado na região. A Rossi, por exemplo, concentrou 50% do total de lançamentos no Rio, em 2010, nas três cidades.
Enviado por Maria Clara Serra
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